domingo, 16 de outubro de 2011

Lisboa


 PANORAMA DE PORTUGAL




         Portugal fica no extremo sudoeste da Europa, sendo as suas costas oeste e sul  banhadas pelo Oceano Atlântico. Implantados neste oceano, Portugal  tem ainda dois arquipélagos, Madeira e Açôres, o primeiro com duas ilhas e o segundo composto por nove ilhas no meio do Atlântico norte, um universo maravilhoso para ser desvendado.
 Portugal situa-se numa encruzilhada entre a Europa, a que pertence, a África e a Ásia por um lado, e as Américas, por fim. O fatpo de se situar na ponta ocidental da Europa fez de Portugal o destino final de todas as invasões. Portugal foi grego, fenício, judeu, romano, godo, suevo, árabe e finalmente cristão e europeu.  Foi conquistado e conquistou.
A  língua portuguesa deriva diretamente do latim, com contribuições do árabe, de idiomas orientais   como o japonês, e do tupi guarani. É uma língua, no entanto , essencialmente latina, e nela se exprime uma riquíssima literatura que teve o seu ponto mais alto no poeta Luís de camões o qual, no poema épico Os Lusíadas, concentrou toda a história de Portugal até o último quartel do século XVI, desenvolvendo por outro lado a filosofia da época dos Descobrimentos.
O clima em Portugal é geralmente ameno, temperado pelo oceano Atlântico que, na sua costa,é aquecido pela grande Corrente do Golfo.
 A mais ocidental das nações europeias tem, na sua essência, coração marinheiro,  que levaram a muitos dos seus habitantes à conquista de mundos novos. é possível que provenha já dessa época a palavra saudade, que resume o sentir tão típico dos portugueses e que se interpreta como uma mistura de nostalgia, tristeza e melnacólia. Uma maneira de exprimir a saudade é o fado, o canto popular mais genuino desse país, se bem nas suas origens foi, e é , hoje ainda, mais representativo de Lisboa e de Coimbra. as letras dos fados, que são mais espelhos da alma, revelam, basicamente, sentimentos, e estes podem ser  de dor, de desespero ou de tristeza, mas, também, de felicidade e alegria. Apesar de que alguns historiadores situam o nascimento do fado na Idade Média, não foi senão até ao século XIX que esta forma de expressão lírica alcançou notoriedade nos bairros lisboetas de Alfama e bairro Alto.










Elegante, hospitaleira e moderna, a capital de Portugal olha-se nas  águas do Tejo desde as sete colinas sobre as quais está levantada. Poucas quilômetros antes de se fundir para sempre com o oceano, o rio dilata o seu leito, ao passar pela cidade, para formar um grande estuário. As pinceladas douradas que se estende ao sol na superfície dele faz com que este alargamento seja conhecido pelo nome de " Mar da Palha". 
          O porto fluvial de Lisboa teve, desde tempos remotos, um protagonismo considerável. Até ele chegaram diversos povos do mediterrâneo, atraídos pelas possibilidades comerciais que oferecia a sua situação privilegiada. A um deles, o Fenício, atribui a história  a fundação, no ano 800,a.C. de Alis Ubbo ou Olíssipo, vocábulos donde deriva o atual nome de Lisboa. Foi ocupada pelos Romanos, cinco séculos depois, e foi Júlio Cesar quem lhe deu o nome de Felicitas Julia. Depois da passagem  de diversas tribos de Vândalos ( séculos V e VI ) estabeleceram-se nela os visigodos iniciando-se, com eles, um curto período de tranquilidade que se veria cortado pela invasão dos sarracenos, no ano 1714. a labiríntica distribuição das ruas e o prefixo " al" no nome, convertem o bairro de Alfama no mundo testemunho desta dominação.
                     Em 1147. D. Afonso Henriques, à frente de um grande número de cruzados que se dirigiam à Terra Santa, reconquistou, para o cristianismo, a cidade. Quatro anos antes, esse neto do rei Afonso VI de Leão, se tinha proclamado o primeiro monarca de Portugal. Com a queda de Lisboa nas suas mãos, D. Afonso Henriques conseguiu consolidar a identidade do novo reino que se tinha começado a gerar no condado de Portucale, ao norte do rio Mondego. Um século mais tarde, concretamente, no ano 1255, Lisboa converter-se-ia na capital de Portugal, em substituição de Coimbra.
Os séculos XV e XVI conformam um dos períodos mais prósperos da história da cidade e coincidem com a chegada ao trono da dinastia de Avis. Estes monarcas foram os grandes impulsionadores das travessias marítimas que transformariam o país numa potência mundial e Lisboa num porto estratégico nas rotas comerciais.
            No dia  1 de novembro de 1755 um grande terremoto abalou a cidade e acabou com a vida de muitos lisboetas; algumas estimações falam de 60.000 mortos, numa povoação de 270.000 pessoas e devastou, quase por completo, o centro de Lisboa. O Marquês de Pombal, Secretário de Estado do Rei D. José I, e fervente seguidor do racionalismo ilustrado, mandou-a reconstruir, aplicando uns critérios de urbanismo novos, que, anos depois, se generalizariam  pela Europa Toda. A largura e o traçado retilíneo das ruas, os espaços amplos e a uniformidade dos prédios são os rasgos mais característicos do projeto de reconstrução ideado por Pombal.
A grande explosão demográfica de metade do século XIX fez com que Lisboa se dotasse de combóios e do primeiro sistema de iluminação pública. Além disso, assentaram-se, neste período, as bases da cidade atual, com a construção de grandes avenidas como a da Liberdade e a Nova.
Três grandes feitos marcaram a história de  Lisboa durante o século XX. o primeiro deles foi a inauguração, em 1966, da Ponte 25 dde Abril, que rompia com o secular isolamento que, até então, tinha vivido a margem sul do rio. O segundo, o incêndio que, em 1989, devorou o Chiado, um dos bairros mais encantadores da cidade. E, por fim, a celebração da Exposição Universal de 1998, aproveitada para acometer um plano ambicioso de reacondicionamento da parte oriental de Lisboa.
 O coração da capital de Portugal é a popular Praça do Rossio, situado no bairro conhecido como A Baixa, ponto de encontro de muitos lisboetas e lugar de passagem obrigatória para outros. O seu nome, realmente, é a praça de D. Pedro IV ( D. Pedro I , do Brasil )o primeiro rei constitucional que teve o país e a quem se erigiu  a estátua que preside este lugar emblemático. Os cafés, as lojas e as floriculturas compõem uma imagem sugestiva que convida os transeuntes ao passeio e à contemplação. O prédio que mais ressalta, na praça,é o  Teatro Nacional D. Maria II. De estilo neoclássico, foi, no passado, sede  da Santa Inquisição. As sentencias  pronunciadas por esta instituição eram lidas na vizinha Igreja de São Domingos, levantadas no século XIII, e parcialmente  destruída pelo terremoto de 1755. No outro lado da praça, a Estação do Rossio é um bom exemplo do que se deu em chamar estilo neomanuelino, muito estendido nos fins do século XIX.
Vizinha da anterior, a Praça da Figueira albergou um dos maiores mercados de Lisboa. Sobre um pavimento de mármore, ergue-se majestosa a estátua equestre de D. João I, o primeiro monarca da dinastia de Avís.


A Rua Augusta une a praça do Rossio com a Praça do comércio, que conjuga a harmonia da arquitetura com a amplidão do espaço.É chamada também, Terreiro do paço por ter estado nela o Palácio Nacional, até ser destruído pelo  terremoto de 1755. No centro, o monumento a D. José I, do ano 1775, lembra que foi no seu reinado que se procedeu à reconstrução da cidade. Três das laterais estão ocupadas por prédios porticados, enquanto que a parte sul se debruça sobre o Tejo, desde uma bonita escalinata de reminiscências venezianas. Ao Norte, o Arco de Triunfo, de estilo Luís XIV, comunica com as ruas principais de Lisboa. 
Se esta zona da Baixa se  caracteriza pelo desenho racional da urdidura urbana, a poucos metros, o bairro do Chiado, oferece uma imagem totalmente diferente, formada por um labirinto de ruas estreitas e praças pequeninas. Um grande incêndio devorou em 1989 esta zona pitoresca e acabou com muitas das luxuosas lojas nela estabelecidas.
 O Bairro Alto é uma sucessão de ruas empinadas que, como o bairro da Alfama, conseguiu sair praticamente indemne do sismo  de 1755. Construída no século XVII, hoje é um dos centros da vida noturna de Lisboa, devido á existência de numerosas tavernas desde donde correm, sem descanso, as notas  cadenciosas dos populares fados. 
       O Elevador de Santa Justa constitui uma das maneiras mais cômodas de salvar o desnível da zona. Este elevador, obra do português Raul Mesnier du Ponsard, discípulo do célebre engenheiro francês Eiffel, percorre uma distancia vertical de 32 metros, se bem a altura total alcança os 45 metros. De estilo neogótico, entrou em funcionamento em 1902, ano da inauguração.
 Perto do elevador, o Convento do Carmo está considerado como a joia mais prezado do gótico lisboeta. Erguido, entre fins do século XIV e começo do século XV, por ordem de D. Nuno Álvares Pereira, em agradecimento a Nossa Senhora pela vitória obtida pelos portugueses contra  as tropas castelhanas na batalha de Aljubarrota. O seu interior, muito danificado pelo terremoto do século XVIII, acolhe um pequeno, mas interessante, museu arqueológico que contém uma valiosa coleção de esculturas, gravuras, sepulcros e brasões da cidade. Diante da austeridade forçada do Convento do Carmo, a igreja de São Roque apresenta algumas das capelas com maior número de elementos decorativos de toda a Lisboa. Construída nos fins do século XVI pelos jesuítas, destaca-se a capela de São João  Batista, um conjunto neoclássico em ouro, prata, marfim e mármore de Carrara; a capela mor, com um retábulo magnífico; a capela de Santo Antônio,  com pinturas e talhas de estilo barroco. Perto da igreja, o Museu de Arte Sacra oferece uma ampla coleção de relicários, peças de ourivesaria e pinturas renascentistas. Não longe das anteriores e muito perto do Palácio de São Bento, um antigo convento beneditino, construído nos fins do século XIX, segundo os cânones do  neoclassicismo, encontra-se a Basília da Estrela. Conhecida também. como a Basílica do Sagrado Coração de Jesus, o edifício, de estilo rococó, ainda que com elementos neoclássicos, se inspira na planta do convento de mafra. A imponente fachada consta de duas torres e um zimbório de dois andares. No interior, estão os sepulcros de santo Exupério e da Rainha Mãe, a monarca que, nos fins do século XVIII, mandou levantar  o santuário.
 A poucas ruas de distância, está o Palácio das Necessidades, residência oficial dos reis de Portugal desde que foi construído, a meados do século XVIII, até à abolição da monarquia, em 1910. Hoje é a sede do Ministério dos  Negócios Estrangeiros. Grande parte das obras de arte que decoravam o  interior estão atualmente distribuídas por diversos museus do país e nos palácios da Ajuda, Queluz e Sintra.
 O Palácio da Ajuda, também antiga residência real, abriga pontualmente atos institucionais  da Presidência da República. Foi construído a princípios do século XIX e tem três salas de jantar, uma Biblioteca interessante, fundada pelo Marquês de Pombal, e um Museu, de mais de 30 salas, que contêm parte da luxuosa mobília que pertenceu à monarquia portuguesa. Os arredores do Palácio estão presididos pela chamada Tapada da Ajuda, um grande Parque de 200 hectares onde caçava o rei D. José I.
Um dos monumentos mais notáveis de Lisboa encontra-se na parte ocidental da cidade. ´E o Mosteiro dos Jerônimos obra mestra do estilo manuelino, construído nos princípios do século XVI com algumas das riquezas que truxe consigo Vasco da Gama das expedições ultramarinas. O manuelino, que surgiu sob  o reinado de D. Manuel I- daqui o nome - é o estilo de Portugal por excelência. Engloba o período de transição do gótico à Renascença, se bem a sua característica principal é a utilização de motivos ornamentais inspirados nas terras visitadas pelos expedicionários portugueses.
Esta obra magna, projetada inicialmente pelo arquiteto francês Boytac e continuada, depois da morte dele, pelo português João de Castilho, foi declarada Patrimônio da Humanidade em 1983, pela UNESCO.
 O enorme e belo pórtico do lado sul da igreja, orientado para o Tejo, consta de duas partes. os baixos relevos que se observam no tímpano cenificam diversas passagens da vida de São Jerônimo. O interior, de uma única nave, é uma demonstração da fantasia e criatividade que pode atingir a arte manuelina. Luminosa e espaçosa, encontram-se nela os sepulcros de vasco da Gama, o descobridor, e de Luís de Camões, o insigne poeta português autor de " Os Lusíadas". Sobressai, também, a sacristia, com uma única coluna central na qual se apoia a abóboda, e a capela mor, cujo retábulo reproduz passagens da paixão de Cristo.
 Menção especial merece o grande claustro que deslumbra pela exuberância da decoração e concepção arquitetônica. Divididos em dois andares e com a particularidades de que não existem no recinto todas duas colunas iguais, combina magníficos ornamentos platerescos, manuelinos e renascentistas. Predominam as  esferas armilares, e as letras M, símbolos pessoais do rei D. Manuel I, os motivos florais e religiosos, e vários medalhões.
Na ala oeste do mosteiro, está o Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia, lugar aonde foi trasladado em 1903. Desde a sua criação, o museu jugou um papel preponderante na investigação científica, realizada em nome destas duas disciplinas, tanto no terreno nacional como no internacional. as salas  abrigam coleções interessantes de antiguidades egípcias, arte africana,mosaicos, numismática e medalhística, e um importante conjunto de peças de ourivesaria portuguesa do período compreendido entre os anos 3000 anos a, C. e a Idade Média.
O outro grande museu situado no mosteiro é o Museu da marinha. Além de maquetes de barcos de toda a classe e outros elementos clássicos da navegação, inclui uma sala destinada a exibir as galeras reais que transladavam os visitantes insignes da cidade desde os barcos até à costa, e o primeiro hidroavião que atravessou o Atlântico Sul.





                         A poucos metros do mosteiro ergue-se outra das jóias  indiscutíveis da arte manuelina : a Torre de Belém. Foi construída, no meio do rio, entre 1515  e 1521, e a sua função original era a de controlar a entrada de navios no porto. Poucos anos depois foi utilizada como cadeia, durante a ocupação espanhola. O conjunto, de proporções equilibradas, está constituído por um baluarte de base hexagonal
com uma guarita cilíndrica em cada uma das esquinas e a torre quadrangular, de quatro andares de altura. a UNESCO declarou este antigo e pequeno forte Patrimônio da  Humanidade, em 1983.
Perto da Torre de Belém, o Monumento aos Descobrimentos, de 52 metros de altura, é uma pequena homenagem da cidade de Lisboa a todos os portugueses que participaram nas longas travessias marítimas, durante os séculos XV e XVI. Levantou-se em 1960, e a tal como a Torre de Belém, o desenho recorda a proa duma embarcação. A figura que sustenta uma pequena caravela representa D. Enrique, o Navegante. Acompanham-no 21 personagens que, também, alcançaram notoriedade na época dos descobrimentos.


            Desde a Ponte 25 de Abril, construída em 1966 pela mesma firma que levantou o famoso Golden Gate e Bay Bridge de São Francisco- daqui a semelhança entre as três- se vislumbra uma das melhores visões panorâmicas da cidade. Tem dois quilômetros e meio de comprimento e está sessenta metros de altura sobre o leito do Tejo. A construção, longamente reivindicada pelos lisboetas, supôs um impulso  importante para a capital portuguesa já que conseguia romper o isolamento em que vivia a margem sul. Além desta circunstância, a ponte 25 de Abril é uma porta para as praias da Caparica, um dos centros turísticos preferidos pelos habitantes de Lisboa.
Mesmo em cima da margem sul do rio, ergue-se a estátua do cristo rei, de 28 metros de altura. A imagem descansa sobre um pedestal de linhas funcionais, de 82 metros de altura. inaugurado em 1059, desde o terraço, ao qual se chega de elevador, se observa uma perspectiva estimulante de Lisboa e arredores.
Tomando sempre como ponto de referência a praça do Rossio, os bairros orientais contêm alguns dos monumentos mais antigos e emblemáticos da cidade. aqui se encontra o castelo de São Jorge, autêntico berço de Lisboa, que se ergue sobre o promontório mais alto da capital portuguesa. o valor estratégico da colina fez com que os Romanos construíssem as primeiras muralhas, se bem as que  chegaram aos nossos dias têm oinconfundível selo árabe. Depois da entrada das tropas cristãs, o castelo converteu-se, durante os séculos XIV e XV, na residência real,construindo-se, então, novos palácios. As distintas aportações realizadas em épocas tão diversas conferem ao conjunto um encanto verdadeiramente singular. Conserva ainda o antigo caminho da ronda e vária torres e bastões que atualmente constituem um miradouro esplêndido para dominar os bairros mais antigos de  Lisboa.
 Um destes bairros é o da Alfama, pitoresco labirinto de ruelas, pequenas praças e escalinatas cuja origem se remonta à época visigótica, se bem a planta definitiva é obra dos Maometanos. Rico, outrora, em fontes  de água quente, os Árabes puseram-lhe o nome " al hamma", vocabulário que significa precisamente " águas termais ". Até o terremoto de 1755 algumas famílias potentadas de Lisboa moraram neste bairro que se veste de gala durante as festas do padroeiro da cidade, a meados de Junho. No dizer de muitos, é na Alfama onde o fado atinge a  máxima expressão. as melhores interpretações desta música popular podem-se ouvir  em algumas das antigas tavernas de pescadores que se encontram nas  ruas inclinadas.
Numa das saídas deste labirinto peculiar deparamos, quase sem prévio aviso, com a Catedral ou Sé de Lisboa, um imponente edifício, com aspecto de fortaleza, que une, sem estridências, os estilos românico  e gótico. Começou-se a construir, a meados do século XII, depois de que as tropas do rei D. Afonso Henriques arrebatassem aos árabes a cidade. Os elementos mais recentes que nela se observam são fruto das restaurações feitas depois dos terremotos de 1385 e 1755. Uma rosácea coroa a singela porta de entrada flanqueada por duas torres poderosas. Do seu interior, de planta em cruz latina, é de ressaltar a capela gótica de Bartolomé Joanes, que abriga um notável retábulo de estilo barroco,os sepulcros do rei D. Afonso IV e da sua esposa, no altar mor, e o claustro que conserva a magia medieval, apesar de muito danificado pelos  sismos.
 A Igreja de santo Antônio encontra-se a poucos metros da Sé. Levantou-se nos fins do século XVIII para honrar a memória deste santo que é o mais venerado em  Lisboa. A cripta deste igreja está situada no lugar onde, segundo a tradição, estava a casa onde nasceu Santo Antônio, no ano de 1195.
 Na vizinha rua dos Bacalhoeiros, ou vendedores de bacalhau, encontra-se outro dos edifícios mais singulares da cidade. Trata-se da Casa dos Bicos, assim chamada pela profusão de pedras lavradas em forma de pirâmides ou diamantes,segundo as opiniões, que decoram a fachada. Exemplo notável do gótico português, a sua construção data do século XVI.
 A Igreja de São Vicente de Fora, situada, também, na zona, a mandou erguer D. Filipe I, em 1582, no mesmo ligar onde já existia um templo dedicado a este santo. Como a construção original ficava fora dos limites de Lisboa foi-lhe dado o nome " de Fora ", para lembrar esta circunstância.O autor da obra foi o italiano Filippo Terzzi quem, seguindo os cânones renascentistas, a desenhou  inspirando-se nas igrejas romanas da época. A fachada, com três pórticos e duas torres gêmeas, tipo campanário,abre a entrada a única nave interior, de planta em cruz latina. Sobressaem o magnífico altar mor, de estilo barroco, e os dois claustros, decorados com azulejos do século XVIII.
 O campo de santa Engrácia une esta igreja com a Igreja  Panteão de Santa Engrácia, um dos melhores expoentes do barroco português. Foi concebido com templo,no século  XVII, mas uma reforma realizada a meados do século XX a habilitou como Panteão, para o eterno descanso de diversas figuras ilustres do país. Precisamente as constantes  reparações e obras de acondicionamento levados a cabo no recinto fizeram popular a frase " a obra de Santa Engrácia " que usam os lisboetas para se referirem a um trabalho que pareça interminável.
 Deste importante edifício de mármore, erguido sobre uma planta em cruz grega, chama a atenção a cúpula e o terraço desde donde se contempla uma visão  panorâmica estimulante dos arredores.
 Nas proximidades das igrejas de São Vicente de Fora e de Santa Engrácia se celebra, todas as terças feiras e sábados, a popular Feira da Ladra, a mais antiga da cidade. Esta feira, que parece ter as suas origens no período da Reconquista, converte a zona num formigueiro de pessoas dispostas a comprar alguns dos muitos artigos que compões a oferta. 


 A parte mais moderna de Lisboa se situa na zona oriental da capital. Com motivo da celebração da Exposição Universal de 1998 a cidade acometeu um planejamento urbanístico ambicioso que transformou radicalmente a zona. Para isso, demoliu-se uma refinaria, um matadouro, uma lixeira e vários armazéns militares que deram origem a um bairro residencial, à Estação de Oriente à nova Ponte Vasco da Gama. São também, herança deste acontecimento o Pavilhão dos Oceanos, convertido hoje num dos oceanários maiores do mundo. O Pavilhão de Portugal, obra de Álvaro Siza, e o Pavilhão Atlântico.



 A moderna Estação do Oriente, onde convergem o transporte de trem, ônibus e metropolitanos, é uma obra do arquiteto espanhol Santiago Calatrava. Os suportes metálicos da cobertura do recinto, que é de aço e vidro, tem um desenho parecido às ramas das árvores, em alusão às muitas que há na cidade.
A construção da Ponte Vasco da Gama supôs um melhoramento importante na rede rodoviária  lisboeta. O comprimento total é de 16 quilômetros dos quais  13 decorrem por cima das águas do Tejo. Estas  dimensões convertem-no  em uma das maiores do mundo.



              Mas Lisboa é também a cidade dos jardins, dos miradouros e dos museus. Situada no Parque Eduardo VII, a Estufa Fria é um jardim tropical, inaugurado oficialmente em 1930, se bem construído vinte anos antes. Nela crescem algumas espécies botânicas do  local e outras oriundas de países quentes e úmidos.
 De estrutura selvática, este conjunto natural é percorrido por sendeiros ziguezagueantes que conduzem a grutas, lagos, cascatas e recantos de grande beleza e interesse.
No Jardim Botânico pela sua parte, também se pode ver plantas mais próprias de outras latitudes. Contém umas 2.500 espécies diferentes e está considerado como um dos melhores, na sua classe, de toda a Europa.]



              Estes dois jardins, construídos no cimo de duas colinas, brindam bonitas visões panorâmicas sobre a cidade de Lisboa tem, também, outros miradouros, tais como: o de São Pedro de Alcântara, perto do Bairro Alto, o de Santa Luzia, nas imediações do castelo de São Jorge, o de Santa Catarina, desde donde  se domina toda a capital portuguesa.
 Em relação aos principais museus da cidade, e além dos da marinha e de Arqueologia, já referidos, a oferta se completa com os das Artes Antiga, dos  Coches, Militar, Gulbenkian e o dos Azulejos.
 o Museu das Artes Decorativas, ubicado no Palácio de Azurara, do século XVII, contém um fundo composto por coleções notáveis de mobília da época, ourivesaria, tapetes, gravuras antigas e cerâmica.
 o Museu de Arte Antiga está considerado como o mais importante de Portugal. O prédio que o abriga, um palácio do século XVII, situado perto do caís, é conhecido popularmente pelo nome de " Janelas Verdes ". Entre as obras que nele se expõe convém destacar " A Tentação de Santo Antônio ", um dos quadros mais famosos de Bosco; " a fonte da vida", de Holben; um " São Jerônimo " de Durerro; diversos quadros de Velázquez e Ribera, e uma coleção magnifica de autores portugueses, entre os quais sobressai Nuno Gonçalves e os seus painéis que conformam o célebre " Políptico de São Vicente".
As carroças reais de D. Filipe I e de D, João V constituem duas das peças mais valiosas que se encontram no Museu dos Coches, um dos mais importantes do mundo no gênero.
 O Museu Militar oferece uma interessante coleção de fardas e armas do exército português entre os séculos XVIII e XX.
 o Museu Gulbenkian é só uma parte da Fundação que este magnata do petróleo criou para abrigar uma coleção de obras de arte, algumas das quais remontam a sua origem ao ano 2800 a.C. O legado de  Calouste Gulbemkian exibe-se num edifício moderno da Avenida de  Berna, desde 1969, ano da inauguração do museu. Nas salas podem-se contemplar obras correspondentes à arte clássica e oriental, procedentes do Egito, S´ria e Extremo Oriente; e à arte européia, com estátuas de Rodin e quadros de Degas, Monet, Renoir e  Rembrandt, entre outros. Uma biblioteca, várias salas de exposições e conferências, e um centro de arte moderna contemplam a oferta cultural deste museu que atualmente é propriedade do estado português, segundo a vontade exprimida por Gulbenkian antes de morrer.
 O Museu dos azulejos, está situado no convento da Madre de Deus, edifício fundado em 1509 por D. João II e irmã do rei D. Manuel.
 o conjunto aparece todo ele profusamente decorado com ricos azulejos, se bem o museu, propriamente dito, se concentra numas salas à volta do  belo claustro de dois andares. A começar por uns exemplares de peças antigas, oriundas de Granada, Sevilha e Manises, a exposição realiza um seguimento completo da evolução dos azulejos em Portugal.

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