Ouro Preto ganhou este nome logo após a sua fundação, em 1698, devido às pepitas de ouro escuro encontrados nas minas em torno da cidade. Ainda era uma vila que crescera depressa devido ao ouro, quando ganhou o título de cidade, em 1711. Em meados do século XVIII a corrida do ouro havia transformado Ouro Preto em uma cidade rica com belas construções. Ela criou uma geração com alguns dos melhores artistas e artesãos da América do Sul, como o pintor eclesiástico Mestre Athayde e o grande escultor Aleijadinho. Ouro Preto tornou-se a base da Inconfidência Mineira, liderada por Tiradentes, contra os colonialistas portugueses.
Uma das primeiras cidades da mineração do ouro de Minas Gerais e antiga capital do estado, Ouro Preto foi construída em uma série de montanhas. Ruas curvas e íngremes, com casas do século XVIII, muitas lojas convertidas em restaurantes, bares e lojas, ligam os morros. Na cidade, as ruas levam a lindas pracinhas dominadas por igrejas barrocas.
Ouro Preto é única- tesouro da história e da arte colonial estão guardados em seus museus e igrejas e, ao mesmo tempo, a cidade, a 96 km de belo Horizonte, é um patrimônio a céu aberto. o Carnaval, a Semana Santa e O Festival de Inverno dão vida a estas ladeiras.
A Igreja Matriz N. S. do Pilar, de 1733, uma das mais ricas e ouro e prata do Brasil. Os retábulos laterais e o altar mor, trabalhados e folheados a ouro, mostram o auge do barroco e da mineração do século XVIII. O esplendor dos 472 anjos e dos 434 quilos de ouro que recobrem as talhas é reforçado pela música barroca que ecoa na igreja. No teto de caixotão de baixo relevo, a pintura ilusionista da época:da porta principal vê-se o cordeiro sobre a cruz; da capela principal, ele se esconde embaixo dela. a imagem de N. S, dos Passos doada pela Espanha, gerou a expressão " conto do vigário ". Como existia outra matriz, a de Nossa Senhora da Conceição- os párocos disputaram o santo. o vigário de Pilar sugeriu que um burro fosse solto carregando a imagem. Dependendo do seu destino, a escolha estaria feita. O burro rumou direto para Pilar. Tarde demais se descobriu que ele era do padre local. Na sacristia o Museu da Prataria mostra objetos de arte sacra e um oratório de madeira de Aleijadinho.
A Igreja de S. Francisco de Assis
é uma obra prima dos mestres do barroco mineiro. Aleijadinho e Manoel da Costa Athayde construída entre 1765 e 1810. Aleijadinho fez o projeto. Na portada, dois medalhões de pedra sabão: um com a imagem de N. S. da Conceição, outro com S. Francisco recebendo as cinco chagas de Cristo no monte Alveme. Os santos, esculturas e pinturas transmitem a aceitação do sofrimento através da imagem da Paixão de Cristo e dos votos franciscanos. Também de Aleijadinho o retábulo do altar mor e o púlpito. No forro da nave, pintura tridimensional de Athayde apresenta N. S> da Conceição, cercada de anjos, todos com feições de mulato.
A Igreja N. S. do Carmo de 1772, o projeto é do pai de Aleijadinho, Manoel Francisco Lisboa, que morreu e foi substituído pelo filho. Além de modificar a obra, Aleijadinho fez o trabalho de pedra sabão na portada, o lavabo da sacristia e as talhas dos altares de São João Batista e N. S. da Piedade. A pintura do forro e o dourado do altar mor são de Athayde. Os azulejos de faiança portuguesa da capela mor sobre N. S. do Carmo são os únicos em igrejas mineiras.
Devemos destacar ainda as igrejas do Rosário, da Matriz N. S. da Conceição e a capela Padre Faria.
Esta cidade foi o berço de heróis e artistas. A antiga Vila Rica foi um celeiro de heróis e artistas para o Brasil. Só por conta da Inconfidência Mineira, considerado o principal movimento de independência do país, teve o revolucionário Tiradentes e os poetas Tomás Antonio Gonzaga e Claudio Manuel da Costa- estes dois classificados tanto na categoria de heróis como também na de artistas maiores. Também houve o líder negro Chico Rei que libertava o seu povo com ouro. E o primeiro dos realmente grandes artistas brasileiros, Aleijadinho.
Dentre os vários museus merecem destaque o da Inconfidência e o da mineralogia.
O Museu da Inconfidência-Neoclássico, cercado por uma balaustrada de pedra sabão. Reúne documentos e objetos sobre a Inconfidência Mineira ( 1789 ), móveis e objetos sacros do século XVIII. No panteão estão os restos mortais dos inconfidentes, com a bandeira do movimento, " Libertas quae sera tamen" (" Liberdade ainda que tardia" ).
Guarda os autos da Devassa, pedaços da forca de Tiradentes e uma imagem de S. Jorge, feita por Aleijadinho em cedro, que ficou anos na prisão: sua lança matou um escravo durante uma procissão.
Museu da Mineralogia- antigo palácio dos governadores, de 1760, abriga o museu e a Escola de Minas, criada por D. Pedro II, em 1876. Uma das maiores coleções de minérios do mundo- 23.000 amostras. Ouro em pepitas e veios, quartzo, diamantes, topázios e paládio, o ouro preto que deu nome à cidade.
Merece destaque a Casa dos Contos e a Praça Tiradentes.
A Casa dos Contos com fachada de nove janelões e sacadas , de 1784, é um dos mais belos de Ouro Preto. Foi residência de um rico coletor de impostos, casa de fundição e prisão de inconfidentes, entre eles Claudio Manoel da Costa, encontrado morto em uma das celas. Abriga o Centro de Estudos do Ciclo do Ouro, com réplicas de antigas moedas do Brasil. Entre os documentos, uma procuração assinada por Tiradentes e a lista dos países de destino dos inconfidentes degredados.
A Praça Tiradentes do fim do século XVIII, a principal da cidade, rodeada de casarões coloniais e calçada com pedras. No centro, desde 1894, a estátua de Tiradentes, de bronze e granito, marca o lugar em que ficou exposta a cabeça do alferes, enforcado no Rio em 1792.
O que era ouro se acabou, mas as minas de topázio imperial continuam atraindo amantes de pedras preciosas para a antiga Vila Rica. O raro topázio imperial só é encontrado em Ouro Preto desde que os recursos dos Montes Urais se esgotaram. As gemas variam de cor de rosa ao púrpura, passando pelo amarelo, laranja, champanhe e vermelho cereja. Quanto maias forte a cor, mais valiosa a pedra. Nas joalherias da cidade, na Praça Tiradentes e na rua Direita, também se podem comprar turmalinas, ametístas, esmeraldas, águas marinhas e berilos. Você escolhe a pedra e, horas depois, a joia está pronto.
O esplendor das centenárias festas religiosas de Ouro Preto se repete todo ano na Semana Santa. Procissões e cerimônias revivem as tradições e rivalidades das irmandades nascidas no século XVIII. É por isso que as procissões num ano saem da Matriz de Antônio Dias, no outro, da Igreja do Pilar. O rodízio foi o jeito de aplacar as brigas entre os jacubas, os paulistas comedores de farinha que moravam no arraial de Antônio Dias, e os mocotós, portugueses e fidalgos comedores de carne que se concentravam ao redor da Igreja do Pilar. cada um dos povoados queria ser o dono da festa que começa na Quinta feira Santa, com missa e cerimônia do Lava Pés. Na Sexta feira, mais missa, e a procissão do Enterro. Mas, é na tarde do sábado que a cidade pára e decora as suas ladeiras com um tapete de dois quilômetros para a passagem da procissão da Ressurreição, no domingo. Serragem, casca de ovo, flores, retalhos, pó de café e areia compõem desenhos nas mãos de anônimos artesãos. Rendas são estendidas nas janelas e sacadas. E seresteiros varam a madrugada cantando. A festa só acaba na tarde de domingo, que inclui a malhação do Judas e a distribuição de doces para a criançada.
( editarei as fotos em breve )
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