quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Coimbra
Primeira capital do reino português independente, Coimbra é atualmente a terceira cidade do país,depois de Lisboa e Porto. Está situada a meio caminho entre uma e outra, na margem direita do rio Mondego. Durante perto de três séculos, compartiu com Lisboa a sede da Universidade de Portugal, uma das mais antigas da Europa.
A cidade, fundada no ano de 1290, em 1537, a instâncias do rei D. João III, ficou definitivamente estabelecida na antiga Aeminium da época romana. Mudou o nome original pelo de Coimbra, a raiz da destruição do povoado vizinho de Conimbriga, o assentamento humano mais importante que teve nunca o Império Romano em território lusitano. Foi arrasada pelos Suevos, no ano 468, e os habitantes de Aeminium acabaram por o adotar adaptando a sua denominação.
As ruínas de Conimbriga, a quinze quilômetros de Coimbra, merecem uma visita prolongada, devido à sua especial relevância. Os trabalhos de prospecção realizados conseguiram trazer à luz mosaicos espetaculares, termas, casas, um fragmento do aqueduto e restos do for. As esculturas, moedas,objetos de cerâmica e outras peças de interesse, também encontradas, podem ser contempladas no museu adjacente. Trata-se, em suma, do jazido arqueológico mais importante de Portugal.
Coimbra aparece dividida em duas zonas claramente diferenciadas. A parte alta,onde viveram outrora as pessoas pertencentes aos estamentos do clero e da nobreza, tem um marcado ar medieval, enquanto que a parte baixa, onde se concentram os artífices, comerciantes e o resto do povo,mantém um caráter mais popular.
A cidade alta tem duas catedrais; a Sé Velha, edificada no século XII, é de planta quadrada e estilo românico.O seu aspecto de fortaleza e a singeleza do seu interior são as características principais a salientar. Em 1772, a sede episcopal foi trasladada à Sé Nova, construída pelos jesuítas no século XVI seguindo as pautas do estilo barroco.
Da Universidade sobressaem uma grande estância para celebrar reuniões e diversos atos acadêmicos, conhecida como a Sala dos Capelos, uma porta de acesso ao recinto, de estilo maneirista, a Porta Férrea, e a fascinante biblioteca que contém mais de 150.000 livros e manuscritos, alguns deles de indubitável valor. Do pátio, chamada das Escolas, se pode contemplar uma visão panorâmica magnífica sobre o rio Mondego e os bairros adjacentes.
Não longe do recinto estudantil, os Jardins Botânicos abrigam uma variada amostra da flora tropical. O parque data do século XVIII e a sua construção é devida ao, então todo poderoso, Marquês de Pombal.
Outro dos lugares interessantes desta parte da cidade é o Museu Machado de Castro, que ocupa a antiga sede do Palácio Episcopal.
Além dos numerosos objetos que provêm da Idade Média, o edifício oferece, também, a possibilidade de conhecer uma rede curiosa de galerias de origem romana que se encontra na cave.
Um pouco afastado do núcleo histórico de Coimbra ergue-se o Mosteiro de Santa ruz, obra começada no século XII, por ordem do rei D. Afonso Henriques, e reformada, consideravelmente, quatro séculos mais tarde. Descansam nele os corpos deste monarca e do seu filho e sucessor, D. Sancho I. O estilo predominante no recinto é o manuelino, visível, sobretudo, na igreja, no coro e no claustro do Silêncio. Deve-se salientar, também, o esplêndido púlpito do tempo, realizado pelo escultor francês Nicolau Chanterène, no ano 1552.
Se a chamada cidade alta de Coimbra conta com duas catedrais, a zona baixa conta com dois conventos de Santa Clara. O mais antigo de planta gótica, foi abandonado pelos seus moradores, nos fins do século XVII, perante o temor das imprevisíveis cheias do Mondego. A poucos metros, mas num lugar mais sossegado, se levantou, na mesma época, o novo Convento da Santa Clara, em cuja igreja se abriga o sepulcro, feito de prata maciça, da Rainha Santa Isabel de Portugal, padroeira de Coimbra. O Portugal dos Pequeninos constitui uma maneira rápida e simples de conhecer o melhor do país. o parque, a pouca distância dos dois conventos, oferece, em reproduções a escala, um amplo percurso pelo patrimônio arquitetônico.
Entre as edificações civis ressalta a Quinta das Lágrimas, lugar vinculado ao drama sentimental vivido por D. Inês de Castro, a amante daquele que mais tarde viria a ser D. Pedro I e cuja relação não foi bem aceita pelo pai deste o, então, rei de Portugal D. Afonso IV. Parece ser o assassínio de D. Inês de castro foi feito por ordem real.
Mas, para além dos seus monumentos, a baixa de Coimbra também seduz o visitante com o labirinto das ruas que souberam conservar a atmosfera de outros tempos. Contribui a manter vivo este encanto o típico fado, a expressão musical mais representativo de Portugal. Existem vários lugares nos quais diariamente, se interpretam estas cantigas que são sempre puro sentimento. Dizem alguns especialistas na questão que, deferentemente do fado lisboeta, que teria uma origem mais popular, as raízes do fado de Coimbra encontram-se nas aulas da Universidade.
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