terça-feira, 1 de novembro de 2011

Santo Amaro - Bahia - Brasil


                  A tranquila cidade de santo Amaro fica no Recôncavo,área fértil na extremidade da baía de Todos os Santos, que formou a espinha dorsal da economia colonial de Salvador por quase 300 anos. A alta umidade da região, as chuvas abundantes e os solos ricos foram fundamentais para o cultivo do fumo e, principalmente, para o cultivo do fumo e, principalmente, para a agricultura da cana de açúcar.
                Até o colapso da economia açucareira, no século XIX, Santo Amaro era o centro dessa indústria no Recôncavo. mansões deterioradas dos antigos usineiros ainda podem ser vistas nas ruas antigas.
                Atualmente esta cidade é conhecida pela indústria de papel. Também ganhou fama por ser a terra natal de Caetano Veloso e maria Bethânia, expoentes da música popular brasileira.
                 Muitos escravos trazidos da África para trabalhar nas fazendas permaneceram no recôncavo  depois que a escravidão foi abolida em 1888. A região ainda conta com alto percentual de moradores afro brasileiros, e Santo Amaro se destaca na preservação de suas diferentes tradições.
                  Todo o ano a cidade comemora a abolição da escravatura com a festa do Bembé do mercado, que dura cinco dias. Neste período são feitas oferendas a Iemanjá, deusa do mar, para comemorar a liberdade de religião.
                  Na praça principal  em frente ao mercado. grupos locais fazem apresentações de capoeira.
                   A encenação de peças, a exemplo do Nego Fugido, recontam a história de escravos que escaparam dos senhores e fugiam para os quilombos, comunidades independentes criadas por escravos fugidos e que recebiam outros  companheiros. No esforço para manter viva a tradição folclórica, a comunidade afro brasileira também organiza apresentações do menos conhecido maculelê, misto de jogo e dança com espadas, e do samba de roda, dançado por mulheres.



                Roberto Chaves o grande idealizador da Lavagem de Madeleine em Paris  nasceu nesta cidade.
               Robertinho Chaves é baiano de santo Amaro, " terra de Caetano Veloso ", como gosta de frisar. Vive há mais de uma década em paris, onde trabalha como cantor e compositor. Sem poder voltar ao Brasil todo ano para acompanhar a Lavagem do Bomfim, uma das cerimônias religiosas mais importantes  da Bahia, resolveu reinventá-la por conta própria. Uma noite, sonhou que vira paris em branco, com baianas e flores para todos os lados. Acordou e foi procurar uma igreja. Pensou em Notre Dame, onde Napoleão Bonaparte foi coroado imperador. E só abandonou a ideia por um problema técnico: não havia escadas para lavar.
               Chaves diz que a igreja de Madeleine foi a escolha perfeita para sediar um ritual popular, " pelo boato de que Maria Madalena havia sido prostituta, alguém do povo ".
              Desde 1998, um baiano chamado Roberto Chaves organiza uma espécie de lavagem do Bomfim em uma das principais igrejas de paris. Nos primeiros anos, o ritual acontecia diante da Igreja de Sacré Coeur ( Sagrado Coração )- mas só diante,pois o padre não autorizava uma missa em português no templo. Em 2000 a história mudou: Chaves passou pela Église de la Madeleine, encanto-se com a escadaria, conversou com o padre, descobriu que ele visitara e se apaixonara pelo Brasil, e em pouco tempo o acordo estava feito.  Assim em setembro, no último domingo das férias escolares, a igreja é tomada por uma multidão de brasileiros também vestidos de branco, carregando rodos, vassouras e água de cheiro: é a festa da lavagem de Madeleine.


               Para quem conhece um pouco de Salvador, a história  pode parecer velha. Baianas e baianos vestem suas roupas brancas, põem seus colares de  candomblé, pegam rodos, vassouras, baldes de água de cheiro, e se postam diante de uma igreja- uma igreja com escadaria. Depois, juntos, começam a lavá-la, degrau por degrau. Assim é feita, no primeiro domingo de janeiro, ano após ano, a Lavagem do Bomfim, em salvador. o que pouca gente sabe é que o mesmo ritual acontece, nove meses depois, em um lugar onde as pessoas preferem o roquefort ao acarajé : na França.
              Ano após ano, a lavagem de Madeleine atrai mais brasileiros e franceses ás escadarias da Igreja. Segundo Chaves, em 2006 foram mais de dez mil pessoas. entre elas, havia uma comitiva de baianas e um padre trazido diretamente do Brasil, com o apoio do Ministério da Cultura.


               Na décima edição  a Lavagem de  Madeleine ganha hino composto por  Carlinhos Brown e Robertinho Chaves, ela que é a maior festa de cultura brasileira na Europa. Este ano o evento aconteceu em paris de 13 a 18 de setembro ( 20011) e foi criado por Robertinho com inspiração nas lavagens do Bomfim e de Santo Amaro da Purificação. A canção se chama Viva Madeleine e mistura percussão a batidas eletrônicas, numa exaltação à Santa Madalena, à paz, à cultura baiana e aos ideais da Revolução Francesa ( liberdade, igualdade e fraternidade). " A ideia do hino e os primeiros versos surgiram de maneira informal, quando Brown e Robertinho conversavam dentro de um táxi em Paris.








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